“Uma das principais razões para o aumento no consumo de alimentos saudáveis é o crescimento da preocupação com a saúde. Os consumidores estão cada vez mais preocupados em evitar agrotóxicos e optar por uma alimentação equilibrada e nutritiva.”

Publicado originalmente na ecocert.com

A consciência ambiental e a preocupação com a saúde têm guiado os consumidores em direção a uma alimentação mais consciente e ética.

Segundo o estudo “Panorama do Consumo de Alimentos Saudáveis no Brasil em 2023“, aproximadamente 46% dos brasileiros atualmente consomem alimentos saudáveis.

Esse número reflete uma conscientização em expansão sobre os benefícios desses produtos para a saúde e o meio ambiente.

A pesquisa também revela informações demográficas valiosas sobre os consumidores e não consumidores de alimentos saudáveis, fornecendo uma visão estratégica para produtores e empreendedores interessados no setor.

Neste artigo, exploraremos o crescimento exponencial do consumo de alimentos produzidos de forma sustentável, sem agrotóxicos, e a busca por opções mais nutritivas e equilibradas para fortalecer nosso sistema imunológico.

Distribuição regional

O Nordeste lidera o aumento no consumo de alimentos saudáveis no Brasil, crescendo de 32% em 2021 para 45% em 2023. Em segundo lugar, está o Centro-Oeste, com 42% de consumo atual, em comparação com 39% anteriormente. O Sudeste registrou um aumento de 26% para 30%.

A região Norte viu um crescimento modesto de 1%, passando de 15% em 2021 para 16% em 2023. O Sul manteve sua taxa de 39% nas duas pesquisas.

Uma das principais razões para o aumento no consumo de alimentos saudáveis é o crescimento da preocupação com a saúde. Os consumidores estão cada vez mais preocupados em evitar agrotóxicos e optar por uma alimentação equilibrada e nutritiva.

Além da saúde, a conscientização ambiental também está impulsionando o interesse em produtos naturais, sem conservantes ou aditivos químicos, produzidos por empresas comprometidas com questões de ESG, como inclusão social, desenvolvimento econômico e sustentabilidade.

A embalagem se tornou um fator relevante na decisão de compra para os consumidores engajados, que buscam adquirir alimentos de empresas comprometidas com a reciclagem e gestão de resíduos.

E entre os produtos mais consumidos, estão as bananas, batatas e alfaces. Embora a maioria das compras ocorra em supermercados, 83% dos consumidores preferem ver esses produtos em gôndolas ou seções específicas. O selo de certificação orgânica é importante para 13% dos consumidores.

Desafios e oportunidades

A pesquisa também destaca a necessidade de divulgar e ampliar a variedade de produtos saudáveis disponíveis, incluindo carnes, leite e derivados, vinhos, óleos, farinhas, cereais e açúcar, inclusive em suas versões industrializadas.

Embora os preços ainda sejam um ponto relevante para os compradores, muitos estão dispostos a pagar cerca de 20% a mais por alimentos saudáveis em relação aos convencionais.

Eles valorizam a produção livre de agrotóxicos, mais lenta e em menor escala, com foco na qualidade em vez da quantidade. Essa conscientização mostra que a demanda por alimentos saudáveis continuará crescendo no Brasil nos próximos anos.

Algumas tendências do mercado de alimentos saudáveis:

  • Agricultura sustentável e orgânica: cresce a adoção de métodos de cultivo menos prejudiciais ao meio ambiente.
  • Rastreabilidade alimentar: interesse crescente em saber a origem e as condições de produção dos alimentos.
  • Reducionismo: mais pessoas buscando reduzir o consumo de produtos de origem animal, com uma tendência crescente em produtos à base de plantas.
  • Nutrição preventiva: a demanda por alimentos mais nutritivos para fortalecer o sistema imunológico está em ascensão.
Álvaro Pereira
Diretor da Ecocert Brasil

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