“Minha coleção de plantas alimentares cresce sempre, me fazendo viajar pelo mundo dos sabores, além de incluir muitas vitaminas naturais em minha dieta. Isso traz muitas alegrias! Melhora a saúde do corpo e da alma.”

Tenho trabalhado falando sobre a biodiversidade da Mata Atlântica e como isso afeta nossa qualidade de vida. Essa jornada já tem 13 anos. 

Quando comecei a prestar atenção aos alimentos que estava consumindo, achei que seria fácil fazer novas escolhas. Descobri que não era tão simples ir ao mercado e achar os produtos de boa qualidade, pois é muito difícil identificar quais eram bem cultivados e processados. Resolvi colocar em prática e cultivar os alimentos para entender melhor todo o processo fazendo uma pequena horta e plantando em vasos. Percebi rapidamente que era necessário adubar e controlar as pragas. 

Primeiro conheci a diferença entre a adubação orgânica e a química, e depois que existiam maneiras de controlar as pragas de forma mais natural evitando os venenos, chamados gentilmente de defensivos. Conheci muitas técnicas de cultivo diferentes: natural, biodinâmico, agroflorestal… e aprendi sobre o conceito Panc. 

As Panc são plantas (ou partes de plantas) alimentícias não convencionais, e muitas estão disponíveis na natureza e seu cultivo não costuma exigir muito. O que faz a gente ampliar nossas opções alimentares, afinal temos uma rica biodiversidade nativa: juçara, cambuci, pariparoba, cará, cabeludinha… Também tenho plantas exóticas adaptadas aqui: peixinho de horta, capuchinhas, batatas-doces, diversos feijões, lírio do brejo, entre outros. Minha coleção de plantas alimentares cresce sempre, me fazendo viajar pelo mundo dos sabores, além de incluir muitas vitaminas naturais em minha dieta. Isso traz muitas alegrias! Melhora a saúde do corpo e da alma.  

Descobri também que um cultivo misto de plantas ajudava a reduzir o trabalho e a necessidade de manejo. Hoje em dia tenho uma boa variedade de alimentos aqui, confiáveis e ao meu alcance, mas não consigo produzir tudo. Logo nasceu a questão: como confiar no que acho no mercado? Então vem à mente os orgânicos. 

O selo de orgânicos é um jeito de padronizar princípios de produção! Foi um jeito prático que encontrei de saber se os produtos são cultivados dentro de regras, que reduzem muito o uso de defensivos (são usados os naturais) e a não aplicação de químicas prejudiciais ao nosso solo. A gente melhora a qualidade dos alimentos com nossas escolhas e ainda ajuda a proteger a biologia da terra.  

Nessa caminhada da alimentação consciente é importante ter informações, incentivar o produtor de orgânicos e da agricultura familiar. Ajudo esse mercado incentivando o consumo consciente, divulgando onde vende, e comprando. Cada ano que passa a produção desses alimentos tem aumentado e o preço tem se tornado bem mais acessível. Ainda bem! 

Seja um consumidor consciente aprendendo sobre os alimentos que você escolhe levar para casa.

Cintia Midori Shiratori Habe
Produtora de conteúdo, professora e pesquisadora
cympers@yahoo.com.br
Instagram @timemataatlantica

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