A medida que o setor de orgânicos cresce no Brasil e no Mundo, um dos grandes desafios do setor é (além das dificuldades técnicas inerentes ao desenvolvimento de insumos apropriados, matérias-primas e técnicas não dependentes da indústria de fertilizantes e insumos químicos), alterar a percepção dos consumidores e stakeholders em geral, sobre o nível de detalhamento e minúcias que significa desenvolver o processo de verificação, auditoria e certificação de um produto como orgânico.
Por que isso é importante?
Atualmente recebemos diversos questionamentos de consumidores, produtores e da mídia sobre como e qual o nível de segurança atingido na concessão do certificado de orgânico. Em outras palavras, como garantimos ou como saber se o produto é de fato orgânico?
Nossa responsabilidade como líderes desse setor é criar e desenvolver cada vez mais os mecanismos para garantir tal idoneidade.
O sistema de certificação é baseado em método, procedimentos e inclusive sanções, além de ser totalmente regulado por Lei.
Cabe ressaltar que todas as certificadoras são auditadas anualmente; no caso do Brasil, pelo MAPA e Inmetro, que verificam minuciosamente o trabalho de verificação feito pela certificadora, no escritório e inclusive a campo, em visita a clientes. Se uma não-conformidade grave é verificada, a certificadora pode ser suspensa.
O processo de certificação prevê o preenchimento de diversos documentos, sendo o principal o PMO (Plano de Manejo Orgânico), no qual o produtor ou empresa descreve detalhadamente toda sua operação (desde a semente ou insumo que utiliza, passando pelo manejo, receitas, ingredientes usados, composição, manejo, estocagem, etc).
Com estes dados em mãos, um auditor é então designado para realizar a auditoria in loco, ou seja, no campo e / ou nas unidades de beneficiamento do produto. Durante a visita, ele verifica primeiramente se as informações prestadas pelo produtor são verídicas e conferem com o que está acontecendo na prática.
Depois, ele checa também se o que está de fato acontecendo na prática está em linha com o que a legislação de orgânicos permite.
Estes profissionais são altamente qualificados (engenheiros agrônomos, engenheiros de alimentos, veterinários, etc) e cumprem requisitos para se tornarem avaliadores, além de treinamento continuado. São avaliados a cada relatório.
Um relatório minucioso é gerado, o qual será então revisado pela equipe interna e em caso de não-conformidades encontradas, o produtor ou empresa terá de responder (atendimento de demanda) e somente após a resolução e atendimento das demandas existentes é que o certificado é emitido e o produto poderá então ser comercializado como orgânico.
Todo o trabalho e conclusão é baseado em evidências concretas (documentos, declarações, análises laboratoriais, etc).
Atualmente os consumidores brasileiros possuem diversas instâncias para reclamar e denunciar comportamentos ou situações que infringem a norma da produção orgânica: ouvidoria do MAPA, reclamação direta à certificadora ou mesmo denúncia.
Pela ISO 17065 a certificadora é obrigada a realizar a apuração de denúncias até sua completa resolução.
Se analisarmos a situação antes de 2011 e após, quando a lei brasileira de orgânicos no Brasil entrou em vigor, podemos com certeza absoluta afirmar que o sistema é seguro e confiável e que se profissionaliza cada vez mais!
Recomendamos sua participação, enquanto consumidor, privilegiando o consumo de produtos orgânicos, discutindo, questionando, pressionando os legisladores nas votações inerentes ao setor!
Muito mais do que um negócio que beneficia o produtor e empresas, este movimento traz impactos positivos profundos na sociedade, na saúde e no meio ambiente.