Os orgânicos estão em evidência. O slogan orgânicos em movimento batizado pela Organis passou do entusiasmo para a prática. O orgânico está na mídia, ganhando espaço nas lojas e adentrando os lares com uma variedade cada vez maior de produtos.
De produto de nicho passa a ser um produto de valor agregado percebido. Ainda que essa conscientização não seja completa já que poucos consumidores valorizam os cuidados voltados aos trabalhadores rurais, é notório o reconhecimento do orgânico como um produto que oferece mais saúde para as pessoas e para o meio ambiente.
E num momento em que atravessamos a maior crise de saúde dos tempos modernos, os orgânicos ganham ainda mais força, sendo a alternativa perfeita para garantir segurança alimentar e saudabilidade para as famílias.
Mas ainda estamos distantes do ideal. Não só pelo fato dos orgânicos representarem uma parcela muito pequena da produção de alimentos no país mas principalmente pelo baixo entendimento da população sobre o que de fato significa um produto orgânico.
A última pesquisa da Organis (set/2019) sobre o comportamento dos consumidores de orgânicos do Brasil nos retratou esse cenário. Apesar do número de pessoas que consomem orgânicos ter crescido, ficou evidente que muitos dos entrevistados não sabem identificar um produto orgânico. E se não sabem reconhecer o que realmente é um produto orgânico, fica difícil confirmar este crescimento, já que essas pessoas podem ter se enganado.
Como diria aquele famoso comentarista esportivo em seu tradicional bordão: “A REGRA É CLARA!” Isso mesmo pessoal, não tem mistério, para ser orgânico o produto precisa estar em acordo com a Lei, precisa passar por auditoria, precisa do certificado, precisa do selo Brasil Orgânico (SisOrg).
Sem isso, por mais bonita e romântica que seja a história, o termo orgânico está proibido de ser utilizado. E não sou eu quem está dizendo isso, é a Lei!
O orgânico tem a força de ser a única categoria de alimento regulamentada por Lei Federal (nº 10.831), que estabelece requisitos e critérios que devem ser seguidos, para a partir daí, passando pelo processo de auditoria e checagem feita por certificadora licenciada pelo Ministério da Agricultura (MAPA), conquistar a certificação de conformidade orgânica e assim, poder comercializar seus produtos como orgânicos.
Esta certificação garante ao consumidor que todos os itens correspondentes a Lei 10.831 estão sendo cumpridos, dando tranquilidade e segurança quanto a procedência dos insumos e aos processos de fabricação/produção envolvidos. Sem certificação, nada disso será conferido, garantido e comprovado.
O setor precisa se unir em torno de uma mesma estratégia para educar a população já que os consumidores têm papel fundamental neste processo. Eles precisam ter conhecimento de como identificar um produto orgânico, como conferir se as informações divulgadas são verdadeiras e como denunciar aqueles que, de alguma maneira, podem estar cometendo infrações. Juntos seremos mais fortes!