“Em um País que ganha um 60+ a cada 26,5 segundos e que já tem mais pessoas nesta faixa etária do que crianças e adolescentes de zero a dezenove anos como no Rio de Janeiro e Porto Alegre, a busca dos bons hábitos e estilo de vida para uma vida longa,”

Em um País que ganha um 60+ a cada 26,5 segundos e que já tem mais pessoas nesta faixa etária do que crianças e adolescentes de zero a dezenove anos como no Rio de Janeiro e Porto Alegre, a busca dos bons hábitos e estilo de vida para uma vida longa, plena e feliz ganham interesse como informação e até produtos. Segundo estudos da consultoria SeniorLab, os quase 34 milhões de pessoas nesta faixa etária tiveram uma renda total de R$ 1,3 bilhão no ano passado e parte disto virou consumo de serviços, produtos, saúde e bem-estar. 

Quando se fala em zonas longevas no planeta imediatamente vêm à cabeça as cinco blue zones descobertas em 2004: Okinawa no Japão, Sardenha na Itália, Ikaria na Grécia, Nicóya em Porto Rico e Loma Linda nos Estados Unidos. O que muita gente não sabe fora do meio acadêmico e Geriatria é que o Brasil tem sua zona longeva que foi descoberta dez anos antes das zonas azuis pelo Dr Emilio Moriguchi em uma pesquisa que mapeou os segredos dos longevos brasileiros e que ainda está em continuidade no Instituto Moriguchi Centro de Estudos do Envelhecimento em Veranópolis na Serra Gaúcha. 

Todo este conhecimento bastante conhecido no ambiente científico e acadêmico começa a despertar interesse do público leigo. Nunca vivemos um momento de tamanha busca do saudável, natural e do funcional com pessoas leigas interessadas em trazer para suas vidas o que se descobriu com o grupo de octogenários, nonagenários e até centenários observados em suas rotinas diárias do despertar até a hora de dormir. Atividades laborais, familiares e sociais foram registradas, assim como amostras dos alimentos das refeições eram colhidos catalogadas, pesadas e submetidas a análises bromatológicas identificando as características nutricionais e seus efeitos no organismo. 

É o mais importante estudo sobre longevidade no País ainda em curso no Instituto que leva o nome do pai da Geriatria no Brasil, o Dr Yukio Moriguchi, e que foi base para 11 teses de doutorado, 25 dissertações de mestrado, 15 monografias e 16 trabalhos científicos.

A trilha da longevidade brasileira tem vários pontos em comum com  estudos em outras zonas longevas do planeta, mas seu grande diferencial é que ela é composta por hábitos e alimentos brasileiros e pode ser reproduzida por qualquer pessoa em qualquer lugar do País.

Alguns platôs podem ser consolidados em: 
• Beber água não apenas quando se tem sede; 
• Ter laços familiares verdadeiros e sólidos;
•  Cultivar e celebrar as verdadeiras amizades; 
• Consumo de proteína animal com pouca gordura e em moderação;
• Proteínas como os ovos, de origem orgânica; 
• Consumo suco ou moderadamente vinho, da variedade de uva Isabel riquíssima em resveratrol; 
• Integração e harmonia com a comunidade e vizinhança; 
• Atividades físicas de média intensidade; 
• Gosto pelo trabalho profissional ou doméstico; 
• Espiritualidade através da religião ou da fé em Deus; 
• Baixo nível de estresse e pequenas pausas durante o dia. 
• Sempre que possível, refeições com a mesa cheia, não de comida, mas de amor e carinho da família, filhos, netos e até bisnetos.

Parece simples, mas cada capítulo abrange vários aspectos que englobam propósito, senso de pertencimento, a certeza de ser importante, planos para um futuro próximo e que se renovam e a despreocupação com a finitude, ao contrário do imaginário dos mais jovens. 

Mais algumas dicas da Longevidiet a dieta dos longevos:
• Proteína animal criada da forma orgânica como antigamente;
• Os grãos, sementes na maior variedade possível;
• De pomar ou silvestres as frutas de cada estação não podem faltar;
• Mais ervas e temperos da horta é igual a menos sal;
• Leite e seus derivados de origem local com atenção ao bem-estar animal;
• Ervas e chás funcionais e naturais;
• A maçã em todas as formas o ano todo;
• As oliveiras e seus frutos contribuindo na proteção do coração;
• Proteínas vegetais através dos cereais e leguminosas de origem orgânica.

A Longevidiet, a dieta dos longevos estudados, é um mundo à parte pela riqueza alimentar, variedade, origem e qualidade das proteínas e vegetais. Eles aprenderam a prestar atenção ao relógio da natureza que oferece o alimento certo em cada estação do ano. “Uma simbiose perfeita entre o homem que aprendeu a escutar a natureza e os alimentos e frutas necessários em cada momento do ano” destaca Martin Henkel, professor de Marketing 60+ na FGV e integrante do Terra da Longevidade. A origem orgânica das hortaliças por exemplo, aumenta os valores nutricionais em até 30%. Os vegetais, raízes, tubérculos, sementes, grãos, proteínas do leite e da carne igualmente criados da forma mais natural possível e isso não é um detalhe para quem busca a vida o mais longa possível, desde que plena e feliz.

Mais referências:
Instituto Moriguchi – www.institutomoriguchi.org.br
Terra da Longevidade – www.terradalongevidade.com.br
SeniorLab – www.seniorlab.com.br

Martin Henkel
Diretor de Mercado do Terra da Longevidade

Compartilhar